quarta-feira, 26 de maio de 2010

A crise do Império Romano

A partir do século III, ocorreram no Império Romano, muitas crises:
• Anarquia Militar: disputa pelo poder entre os chefes militares.
• Crise no Campo: interrupção do abastecimento de escravos para as atividades econômicas.
• Crise na Cidade: dificuldade de conseguir matéria-prima que vai prejudicar a industria.

Decadência de Roma:

O século V marcou a decadência da parte ocidental do Império Romano(Roma) devido as lutas internas, fuga de capital para o Oriente, barbarização do exercito, corrupção dos costumes e as invasões bárbaras.

Em 476 a queda de Roma vai marcar o fim da Idade Antiga e o inicio da Idade Média.


Legado dos Romanos:

• Cultura romana.
• Direito romano.
• Religião, politeísta.
• Ciências e Artes : Arquitetura, Escultura.
• Literatura:

Para facilitar o estudo da historia romana, os historiadores costumam dividi-la em três períodos:

• Período Monárquico – ( 753 a c. até 609 a c.)
• Período Republicano – ( 509 a c. até 27 a c.)
• Período Imperial – ( 27 a c. até 476 d c.)

Período Monárquico : vai de Rômulo a Tarquínio, (o Soberbo)
Neste período, Roma era governada por um rei, pelo senado e pela Assembléia Curiata.

• Rei: era a maior autoridade militar, política jurídica e religiosa. Tinha poder vitalício e era fiscalizado pelo senado e assembléia curiata.
• Senado: era formado pelos velhos cidadãos. Tinha a função de fiscalizar a ação do rei; propor e vetar projetos de lei.
• Assembléia Curial: formada por cidadãos, que estavam divididos em grupos denominados Cúrias, cuja funções eram confirmar ou não certas decisões do rei, declarar a guerra ou fazer a paz.

A Sociedade Romana: estava dividida em classes sociais, que eram os Patrícios, os Plebeus, os Clientes e os Escravos.

• Patrícios: eram os grandes proprietários de terras, e se consideravam descendentes das famílias que fundaram Roma. Eram os únicos a possuir direitos políticos(votar e ser votado) e constituíam a classe alta de Roma.
• Plebeus: eram geralmente pequenos proprietários, artesãos e comerciantes. Eram livres, mas não participavam das decisões políticas e estavam sujeitos a escravidão por dividas. Formavam a maior parte do exercito e pagavam impostos.
• Clientes: eram estrangeiros livres, que dependiam das famílias patrícias. Eles prestavam serviço e, em troca, recebiam auxilio econômico e proteção.
• Escravos: Geralmente eram prisioneiros de guerra.



Em 509 a c. , os romanos derrubaram o rei Tarquínio, o soberbo e elegeram, dois magistrados para governar: os Cônsules. Terminando assim o período republicano.



Período Republicano : a plebe em busca de seus direitos.

República significa a forma de governo onde nossos representantes são eleitos por voto direto ou indireto, para exercer o poder por um determinado tempo.

Roma também foi uma República. Nesta época quem controlava a política eram os patrícios, que tinham o poder religioso, político e judiciário.

Os plebeus só tinham deveres : pagar impostos, servir o exército, etc e eram julgados por tribunal composto só por patrícios e seguindo leis não escritas.

Em Roma, os plebeus se revoltaram com a situação em que viviam. Lutaram por cerca de dois séculos para conseguir igualdade de direitos. Conquistaram também, a lei das doze tábuas, que definia, por escrito, seus direitos e deveres.

Mais tarde, adquiriram a igualdade civil, podendo assim casar-se com patrícios, a igualdade religiosa e o direito de exercer cargo sacerdotais.

Conquistas militares e a expansão de Roma.

Depois de conquistar quase toda a Penísula Itálica, Roma entra em choque com Cartago, uma colônia Fenícia no norte da África que controlava o comercio no Mar Mediterrâneo.

Estas guerras são denominadas Guerras Púnicas, pois os romanos chamavam os moradores de Cartago de poeni (fenícios), onde deriva o adjetivo de Púnicas ( poeni).

Ocorreram três Guerras Púnicas, onde de modo geral, a principal causa das guerras foi o controle comercial do Mar Mediterrâneo.

Depois de duras e longas batalhas, os romanos arrasaram Cartago em 146 a c. abrindo caminho para a dominação de Roma em diversas outras regiões do Mundo Antigo.

O Mar Mediterrâneo passou a ser inteiramente controlado pelos romanos, que o chamavam de Maré Nostro ( nosso mar).

Conseqüência das conquistas Romanas:

• Estilo de vida : antes simples e modesto passou a ser luxuoso e exótico.
• Cultura : o contato com outras civilizações teve grande influencia na cultura de Roma.
• Sociedade : com o aproveitamento dos prisioneiros de guerra como escravos, houve um grande surto de desemprego entre os plebeus.

Roma a dona do mundo: dona de um vasto território que incluía o norte da África, o sul da Europa e o leste da Ásia, foi criado um triunvirato para administrar todas estas terras.
O primeiro triunvirato foi composto por Pompeu, Crasso e Julio César, no qual Júlio César, após derrotar Pompeu e Crasso, torna-se o ditador supremo de Roma.

Período Imperial : a tirania triunfa em Roma.

Em 27 a c. , o sendo atribuiu a Otávio o título de Augusto, que significava “ consagrado” , “majestoso” , “divino” . Com Otávio Augusto, terminou a República e começou o Império.

O governo de Otávio Augusto, durou até o ano 14 d.c. foi marcado por um período de calma e prosperidade, passando para a historia com o nome de Pax (Paz) Romana.
Otávio desenvolveu a política do “Pão e circo” distribuição de trigo e realização de espetáculos para a plebe, tornando-a acomodada e pondo fim as agitações sociais.
Foi em seu governo que nasceu Jesus Cristo na Palestina, uma das províncias romanas.

Após a morte de Otávio Augusto em 14 d.c. assuniu o governo de Roma a Dinastia Julio-Claudiana formada por Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Os imperadores desta dinastia denominavam-se com o titulo de Césares e seus governos foram extremamente tumultuados, devido aos conflitos com o senado.

• Dinastia Flavia de 68 a 96.
• Dinastia Antonina de 98 a 193.
• Dinastia Severa de 193 a 235.

ROMA ANTIGA

ROMA ANTIGA : Quando se fala no Império Romano, pensamos em um grande reino que praticamente conquistou todos os povos do mundo antigo. Outros lembram do “ Pão e Circo” , maneira usada pelas autoridades romanas para controlar o povo.

Existem duas maneiras de explicar o surgimento de Roma. Uma através da Historia e outra através da mitologia.

Os historiadores dizem que sua origem deve-se ao povo latino que habitava a região do lácio no centro da Península Itálica. (Roma foi fundada em 753 a c.)

A mitológica diz que Roma foi fundada por dois irmãos gêmeos chamados Rômulo e Remo. Eles eram netos de Numitor de Alba Longa, que foi destronado do poder pelo seu irmão Amúlio.

As lutas pelo domínio da Grécia:

• GUERRAS MÉDICAS: onde as cidades gregas, esqueciam de suas rivalidade e se uniram para enfrentar o ataque dos persas. As guerras médicas foram assim chamadas porque os gregos conheciam os persas como medos.

• GUERRA do PELOPONESO: luta interna entre os gregos, lideradas pelas cidades rivais de Atenas e Esparta. Estas constantes guerras pelo poder grego, que durou 27 anos, levou ao enfraquecimento permitindo a invasão e o domínio dos macedônicos. As lutas internas foram as principais causas da decadência do império grego.


Período Helenístico : ( de 338 a c. até 30 a c. ) A Macedônia, estava situada ao norte da Grécia.

No ano de 338 a c. , Felipe II, Rei da Macedônia, derrotou os gregos na Batalha de Queronéia. Sendo assassinado dois anos depois por seus generais, assumindo seu filho Alexandre Magno ( Magno O Grande) é deu continuidade à política expansionista, conquistando Tebas, Ásia Menor, Síria, Fenícia, Palestina, Egito, Império Persa e a Índia.
O império de Alexandre foi dividido entre seus generais, que lutando pelo poder, enfraqueceram seus territórios e mais tarde, foram dominados pelos romanos.

As campanha de Alexandre contribuíram para a fusão da cultura grega com a cultura oriental, surgindo assim, a cultura Helenística, onde o idioma grego foi predominante.

Deuses gregos : homens imortais.

Os antigos gregos eram politeístas, acreditavam em vários deuses.

Os deuses gregos eram antropomórficos, possuíam forma humana e sentimentos bons e maus. Assim como os homens, os deuses gregos casavam-se, guerreavam, tinham filhos. A diferença entre homens e deuses é que os desuses eram imortais.

Era comum o casamento entre deuses e mortais, os filhos destes casamentos eram considerados semideuses e chamavam-se heróis.

A população grega possuía uma série de mitos(lendas e crenças) a respeito de seus deuses e heróis, que deu origem a mitologia grega.

Mitologia é o conjunto de lendas e crenças através das quais um povo procura explicar a realidade.

Deuses Gregos Atribuições

ZEUS : Pai dos deuses, deus dos céus
HERA : Mãe dos desuses, protetora da família
ARES : Deus da guerra
AFRODITE : Deusa do amor
APOLO : Deus da luz, protetor das artes
HADES : Deus do inferno
POSÊIDON : Deus dos mares


Jogos Olímpicos: As olimpíadas eram um conjunto de competições realizadas em homenagem a Zeus, o deus dos deuses, que habitava juntamente com outros deuses o Monte Olímpio, na cidade de Olímpia.
Nos meses de julho, as guerras entre as cidades-estados eram suspensas para a realização desses jogos.
Só podiam participar e assistir os gregos livres e era proibida a entrada de mulheres nos Jogos

Artes :

No teatro os gregos criaram a comédia e a tragédia no teatro, com a função não só de divertir, mas também de instruir.
O teatro grego era ao ar livre e seus atores usavam uma máscara chamada de “persona”.
Somente aos homens era permitido participar das representações.

Entre os teatrólogos gregos, os que mais se destacaram foram :

• ÉSQUILO – Pai da tragédia. Autor de Prometeu Acorrentado.
• SÓFOCLES – Mais importante teatrólogo grego. Escreveu Édipo Rei.
• EURÍPEDES – Autor de Medeia.
• ARISTÓFANES – Autor de As nuvens, As rãs e As vespas.


Na Arquitetura um dos elementos fundamentais era as colunas, que possuíam três estilos:

• Dórico,
• Jônico,
• Coríntio.


Escultura : vale lembrar o nome de Fídias, autor da deusa Atena e Miron autor da estátua do Discóbolo, que hoje representa o símbolo dos Jogos Olímpicos.

A Filosofia grega e as ciências:

A filosofia surgiu em função da curiosidade dos gregos que buscavam explicações racionais para a realidade do mundo, substituindo os mitos (lendas e crenças).
Filosofia significa “ amor à sabedoria”

Entre os grandes nomes da filosofia, podemos citar : Sócrates, Platão e Aristóteles.
Na Grécia não havia distinção entre Filosofia e Ciência.

Medicina: o pai da medicina foi Hipócrates, que formulou as primeiras regras a serem seguidas pelos médicos.

Matemática : deixaram grandes contribuições com Tales de Mileto a geometria e Pitágoras a teoria de Pitágoras.

História : um dos grandes historiadores grego foi Heródoto “ O Pai da Historia” que afirmava que os exemplos deveriam ser mostrados as novas gerações, para que os erros do passado não se repetissem no futuro.

PERÍODOS da HISTÓRIA da GRECIA

Período Homérico : ( de 1700 a c. até 800 a c.) – recebe este nome porque os poucos conhecimentos que temos são transmitidos por dois poemas, Ilíada e Odisséia, atribuídos ao poeta grego Homero.

A Ilíada narra a guerra realizada pelos gregos contra Tróia (Ilion) , na Ásia Menor e a Odisséia descreve as aventuras de Ulisses (Odysseus) ao tentar regressar da guerra de Tróia à sua terra natal a ilha de Itaca para se encontrar com a mulher e o filho.


Presente de grego.

Conta a Ilíada que certo dia Paris, o rei de Tróia, raptou Helena, esposa do rei de Esparta, provocando a ira dos gregos.
Estes, então velejaram em direção ao reino de Paris a fim de trazer Helena de volta. Com isso teve início a Guerra de Tróia.
A guerra foi muito difícil. O cerco à Tróia, estendeu-se por dez anos de violentos combates e como os gregos não estavam conseguindo romper os muros da cidade, decidiram por em prática uma idéia de Ulisses, construir um gigantesco cavalo.




Nos tempos homéricos a sociedade grega estava organizada em GENOS.(grandes famílias)

Havia pouca diferença entre as classes sociais. Todos colaboravam no trabalho da comunidade, não existia escravos.

A economia baseava-se na propriedade coletiva da terra.

Os gregos cultivavam cereais, ervas e oliveiras. Além disso criavam cabras, ovelhas, cavalos e vacas. Produziam também cerâmica, tecidos, armas e embarcações. O comercio limitava-se a troca de mercadorias (escambo).
No final dos tempos homéricos o crescimento da população, a falta de alimentos e de terras férteis começaram a causar conflitos no interior do GENOS.

Período Arcaico : ( de 800 a c. até 500 a c. ) – Neste período, o território se torna pequeno para atender o crescimento da população, os agricultores foram em busca de uma vida melhor fora da Grécia, formando assim novas colônias gregas em diversas regiões do Mediterrâneo e do Mar Negro.

Fundaram entre outras as colônias de BIZÂNCIO, NAPOLES, NICE, MARSELHA, etc.

Período Clássico : ( de 500 a c. até 338 a c. ) - O surgimento da polis.

A palavra polis significa cidade, para os gregos: cidades-estados. Na Grécia Antiga, cada cidade-estado fazia suas próprias leis não aceitando ser comandada por outra polis.

As cidades-estados gregas eram cidades independentes uma das outras. Possuíam em comum a língua e a religião.


Esparta : Militarismo acima de tudo. Esparta foi fundada pelos Dórios no séc. IX a c. Por ter uma pequena população, investiram em seu povo na organização militar e na rigidez de suas instituições de combater os adversários e manter a paz interna.

Com o crescimento populacional, viu-se a necessidade de aumentar seus territórios, apossando-se de novas terras, dividindo-as e transformando os vencidos em escravos.

Esparta era considerada uma cidade de soldados, devido a sua atividade militar. O objetivo da educação espartana era transformar os espartanos em guerreiros fortes, obedientes, e sobretudo, competentes.

Atenas : uma democracia limitada.
Foram os Jônios os fundadores da cidade-estado de Atenas. Devido sua localização, perto do mar e com pouca terras para a produção agrícola, teve que se dedicar a atividade econômica principalmente ao comercio marítimo.

Foi em Atenas que surgiu a democracia ou seja governo(cracia) do povo(demo), onde todos os cidadãos podiam participar diretamente do governo.(votar e ser votado).

Somente os homens livres de pais e mães atenienses eram considerados cidadão.

A democracia ateniense era limitada, pois os que participavam da vida política representavam a minoria da sociedade.

Grécia Antiga

A Grécia Antigo foi formada por 4 povos que ocuparam sucessivamente o território:
• Aqueus,
• Eólios,
• Jônios,
• Dórios.

Esses povos formaram várias cidades que ficaram conhecidas como cidades-estados.

Para facilitar o estudo da Grécia Antiga, os historiadores costumam dividir sua história em quatro períodos:

• Período Homérico
• Período Arcaico
• Período Clássico
• Período Helenístico

A Historia da Grécia

As olimpíadas surgiram na Grécia Antiga e tinham a função de festejar datas religiosas e o objetivo político de buscar uma unidade entre as cidades gregas, que viviam em constantes conflitos.

Nos meses de julho as guerras entre as cidades gregas eram suspensas para que pudessem se reunir para os jogos.

Não só a democracia ( Governo do Povo), foi uma herança deixada pelos gregos, mas também na literatura, na arte, na filosofia e em muitas outras coisas.

A grandiosidade da Grécia e Roma Antiga tinha como base a exploração do trabalho escravo.

Nas sociedades gregas e romanas a produção baseava-se no trabalho escravo cujo excedente ( produção a mais) ficava com os mais poderosos onde o estado servia como instrumento de dominação da elite sobre os trabalhadores, em sua maioria escravos.

A FENÍCIA

Desenvolveu-se em uma estreita faixa de terra, entre as montanhas do Libano e o Mar Mediterrâneo, a oeste, ao norte ficava a Ásia Menor e ao sul a Palestina.

Sua posição geográfica favorecia ao desenvolvimento da navegação e ao comercio, devido a uma grande floresta e a cadeia de montanha.

Os fenícios eram povos de origem Semita que se estabeleceram no Canaã.

O povo fenício formavam uma grande população, distribuídas em aproximadamente 25 cidades – estados, onde destacamos : Sidon, Tiro, Biblos, Ugarit, Berito e outras.

OS HEBREUS

Ocuparam a Palestina forma uma estreita faixa de terra cujos limites são : Mar Mediterrâneo a Oeste, os desertos da Arábia ao Leste, a Fenícia ao Norte e no sul a península do Sinai.

O Rio Jordão divide a Palestina em duas regiões, ao leste Transjordânia e no oeste a Cisjordânia.

O vale do rio Jordão é ladeado por uma cadeia de montanhas, com uma densa mata de cedro, carvalho e pinheiros.


Na antiguidade a Palestina era habitada pelos Cananeus e era chamada de Canaã. Eram semitas fundaram cidades e defenderam o território da invasão de outros povos.

Nesta fase tinham como chefe os Patriarcas, que eram os chefes de famílias.

OS PERSAS

Localizado no planalto do Irã ao leste da Mesopotâmia, onde se desenvolveram as sociedades Meda e Persa.

Viviam em tribos antes da unificação e foi com CIRO, o Grande, que os persas venceram os medos, conquistaram Ecbátama, fazendo Ciro rei dos medos e dos persas.

A Economia e a Sociedade Pesa.

Até o reinado de Ciro, a economia persa baseava-se na pecuária e na agricultura e o regime social na organização dos Clãs onde a produção destinava-se ao consumo da comunidade tornando o comércio raro.

Com a desagregação do sistema clânico modificou a economia, a propriedade coletiva e os bens passam a ser propriedade dos chefes tribais.

O comercio alcançou grande desenvolvimento, o mar Mediterrâneo passa a ser a principal rota, o Egito torna-se ponto comercial para os Persas.

A Religião : No inicio eram politeístas, após as reformas de Zaratrusta ou Zoroastro passaram a ser dualista. ( acreditavam no Deus do BEM e do MAL)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

ANTIGAS CIVILIZAÇÃO : EGITO E MESOPOTÂMIA

Os povos antigos tinham uma relação muito forte com a natureza, dependendo basicamente dela para sua sobrevivência.

Se observarmos a formação das antigas sociedades percebemos que elas têm sua origem a partir do domínio dos rios, desenvolvendo – se à medida que utilizam sua inteligência para conquistar a natureza.

O Egito e a Mesopotâmia foram surgindo em função de suas localizações, próximas aos rios NILO, TRIGRE e EUFRATES.

Esta região banhada pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates tem a forma de uma meia-lua, que chama-nos de CRESCENTE FÉRTIL.

CIVILIZAÇÃO
Na Antiguidade, a cidade possuía uma organização política independente, semelhante aos países.

A diferença é que os países são composto por várias cidades, e na antiguidade as cidades tinham Governo, administração e leis próprias, por isto eram chamadas de CIDADES-ESTADOS.

Sua influência cultural, muitas vezes ultrapassavam os limites de seus territórios.
As primeiras civilizações surgiram no IV milênio a c e, por volta do ano 2000 a c , onde destacamos o EGITO, MESOPOTÂMIA, GRÉCIA e ROMA.

IMPÉRIO
Império é uma unidade política, onde uma cidade passa a exercer poder sobre as outras cidades e aldeias.
Os Impérios se formavam quando o rei e chefe militar de uma cidade em busca de riqueza e poder, conquistava outras cidades e criava um império, mantendo o poder sobre elas pela força armada.


O EGITO
Hoje o Egito ( República Árabe do Egito) tem como capital a cidade do CAIRO, onde quase toda a população tem o ISLAMISMO como religião oficial.
O país tem 50.000 Km² de terras férteis, onde 95 estão cobertos pelos desertos. A situação rural acentua-se pela existência de grandes latifúndios e grandes áreas ocupadas com as plantações de algodão.




EGITO e o NILO

O Egito fica ao norte do Continente Africano numa região com grande quantidade de caça, pesca , sementes e frutos. Varias tribos de caçadores, coletores e pescadores já habitavam aquela região.
O clima foi se tornando cada vez mais seco, transformando a maior parte da região em deserto.
Com a descoberta da agricultura, os egípcios faziam dela sua principal atividade econômica, cultivavam cereais oliveiras, alface, cebola alho, uva, figo linho e etc.
O fato natural que favorecia as plantações eram as enchentes anuais do rio NILO, que fertilizavam as áreas próximas às margens depositando uma grosa camada de lodo.
A fertilidade trazia grandes colheitas, melhorando as condições de vida e provocando o crescimento da população.
Isso exigia um constante aumento da área plantada. Para tanto, foi preciso construir canais de irrigação e ampliar a área úmida e fértil.


FARAÓ O poder sem limites.
A união de várias cidades-estados sob o domínio de um mesmo governo deu origem ao Império Egípcio. Inicialmente havia dois reinos o BAIXO EGITO ao norte e o ALTO EGITO ao sul.
Por volta de 3.200 a c , o rei Menés do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito, formando um só reino.
No Egito o rei era chamado de faraó, era o chefe militar, juiz e legislador.
Os egípcios acreditavam que o faraó era um deus vivo, seu poder era incontestável.
O povo não tinha nenhum direito de participar politicamente ou de contestar.
O faraó tinha vários auxiliares, o VIZIR ocupava-se com todos os assuntos em nome do faraó. Havia também os sacerdotes, governadores de províncias, oficiais, escribas que registravam toda a vida econômica do Império.

SOCIEDADE :
A sociedade estava dividida em dois grupos os privilegiados ( nobres, sacerdotes e funcionários administrativos)

Os não privilegiados ( soldados, artesão, camponeses e escravos).
Na sociedade Egípcia não havia mobilidade social,ou seja mudar de grupo social.
Os nobres, proprietários de grandes extensões de terras, ocupavam também os principais postos do exercito.



As Pirâmides: São grandes monumentos entre as quais destacamos três QUEÓPS, chamada de Grande Pirâmide, a de QUEFRÉN e a de MIQUERINOS.

A Pirâmide de Queóps é uma das sete maravilhas do mundo.


O comércio era intenso com a Fenícia, Palestina, Síria e Creta, sendo os principais produtos o trigo, a cerâmica e os tecidos de lã e linho.
Importavam ouro, a prata, o marfim e madeira.

Religião servia de instrumento de controle da Sociedade.
A religião desempenhou um papel muito importante na vida dos egípcios, eram politeísta, acreditavam em vários deuses.

ZOOMORFISMO – com forma de animais.
ANTROPOZOOMORFÍSMO – com forma de homem e animal.

Principais deuses : Rá, Osíris, Isis, Hórus. Certos animais eram considerados sagrados como gato, o crocodilo, o escaravelho e o boi..

Os Egípcios acreditavam na vida após a morte, que a alma comparecia ao Tribunal de Osíris para ser julgada.

No sarcófago costumava-se deixar jóias, armas e alimentos.
As pirâmides expressam as crenças religiosas dos egípcios.

A escrita : foram criadas três tipos :

• HIEROGLIFICA muito complexa, usada pelos escribas.
• HIERÁTICA usada pelos sacerdotes.
• DEMÓTICA uma simplificação da hieroglífica.

O francês Champollion foi quem decifrou a escrita egípcia, em um documento conhecido como Pedra da Roseta.

ARTES : as artes estavam voltadas para a glorificação dos deuses e faraós, destacando a arquitetura( pirâmides, esfinges e templos).

CIÊNCIAS : desenvolveram a astronomia, a matemática e a medicina.
No campo da astronomia criaram o calendário solar com 365 dias 12 meses de 30 dias e mais 5 dias de festas.

O Egito foi dominado, a partir do século VII a c pelos Assírios, Persas Gregos e os Romanos.

Após um longo período de dominação romana os Árabes sepultaram a Civilização dos Faraós.



MESOPOTÂMIA:

Foi na Mesopotâmia que se inventou a roda, a escrita, o primeiro código de leis jurídicas e o primeiro exercito permanente do mundo. Lá tínhamos o rei Nabucodonossor que construiu a Torre de Babel.

E segundo a Bíblia o Jardim do Éden ficava na Mesopotâmia onde viveram Adão e Eva.

MESOPOTÂMIA a elite guerreira controlava o estado.

Hoje ocupa a estreita faixa de terra que hoje corresponde ao território do Iraque, e significa terra entre rios, TIGRE e EUFRATES.

Na época das cheias, os rios Tigre e Eufrates transbordavam deixando uma rica camada de limo, desta forma o solo tornava-se fértil, produzindo grande quantidade de alimentos.

A Mesopotâmia foi o berço das primeiras civilizações, construiu as primeiras cidades, organizou o governo de um estado, desenvolveu uma economia produtora de mercadorias para serem negociadas, criou um dos primeiros sistemas de escrita.

Para o desenvolvimento da agricultura desenvolveu a criação de canais de irrigação, diques e barragens.

POVOS E CONQUISTA :

Os principais povos que se estabeleceram na Mesopotâmia foram os SUMÉRIOS, ACÁDIOS, AMORITAS(antigos Babilônicos), ASSIRIOS, e os CALDEUS(novos Babilônicos)

SUMÉRIOS : foram os primeiros povos a organizar-se em civilização. Localizavam-se na parte sul da mesopotâmia e era governada pelo Patesi, chefe político, religioso e militar. Entre suas invenções destacamos a escrita e a roda e de suas Leis originou-se o Código de Hamurabi.

ACÁDIOS, conquistaram as cidades sumerianas e fundaram o primeiro império da Mesopotâmia, enfraquecidos pelas revoltas internas foram dominados pelos Amoritas.

AMORITAS ou antigos Babilônicos: o mais importante rei foi Hamurabi responsável pela elaboração o primeiro código jurídico com leis escritas, o Código de HAMURABI, que adotava a Lei de Talião ( olho por olho, dente por dente).

ASSÍRIOS: Localizavam-se ao norte da Mesopotâmia e eram guerreiros ferozes, organizaram um dos primeiros exércitos do mundo.

CALDEUS ou novos Babilônicos: após o fim do Império Assírio a cidade da Babilônia ficou independente, dominada pelos Caldeus foi reconstruída e tornou-se uma das mais belas da antiguidade. O principal rei foi NABUCODONOSSOR que construiu os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Tomou Jerusalém escravizando os Hebreus.

Economia: a servidão coletiva em beneficio do rei. A agricultura era a principal atividade e a população submetia-se a servidão coletiva. A construção de canais de irrigação e de barragens foram utilizadas para aproveitamento das cheias.

Para facilita e regulamentar as trocas comerciais criaram o dinheiro em barras de ouro e prata, contratos escritos de comércio, letras de câmbio, praticavam o empréstimo a juros e carta de crédito.

RELIGIÃO : A religião tinha grande influência na vida de todos os povos da Mesopotâmia.
Eram politeísta, acreditavam em vários deuses. É seus deuses possuíam formas humanas. ( antropomórficos)

Os Mesopotâmicos contribuíram com a Escultura, Arquitetura, Direito, Matemática, Astronomia, Escrita

INTRODUÇÃO SOBRE A HISTÓRIA E SUAS DIVISÕES

Por que a historia é importante?

A palavra história tem origem na Grécia Antiga e significa investigação.

Foi o grego Heródoto, considerado o “pai da história”, que pela primeira vez empregou esta palavra com o sentido de investigação do passado.

Para saber o motivo de estudar a história, devemos lembrar que vivemos o presente, temos um passado e esperamos ter um futuro melhor.

A história é uma ciência que nos permite conhecer o passado, entender o presente para transformá-lo num futuro melhor.


Reconstituindo o passado.

Para que possamos reconstituir o passado, o historiador necessita procurar todos os registro que mostram a presença do homem e suas realizações, que são chamados de FONTES HISTÓRICAS.


As fontes históricas são divididas em:


• ESCRITAS – jornais, inscrições em monumentos, cartas, livros e etc.

• NÃO ESCRITAS – monumentos, ruínas de construções, fósseis e etc.




A história se utiliza de uma linha de tempo para facilitar seu estudo:

HISTÓRIA
--------------|------------|------------|-------------|-------------
PRÉ-HISTORIA ID. Antiga ID. Media ID. Moderna ID. Contemporanea



Pré-Historia : Do surgimento do homem à invenção da escrita.


A Pré-Historia é o longo período que vai desde o aparecimento do homem primitivo até o surgimento da escrita.

A Pré-história está dividida em três períodos:

• Paleolítico ou Pedra Lascada: que vai do aparecimento dos primeiros homem até cerca de 10 mil aC.

• Neolítico ou Idade da Pedra Polida: vai de (+ ou –) 10 mil a C. até cerca de 4000 aC..

• Idade dos Metais : vai de (+ ou –) 4000 aC. Até cerca do aparecimento da escrita. É o inicio das civilizações.

No Paleolítico, o homem era nômade, não produzia alimentos, não cultivava plantas, nem criava animais. A economia deste período era coletora, o controle do fogo foi uma das maiores realizações. Com o domínio do fogo e a utilização das primeiras ferramentas, o homem foi vencendo seus inimigos. ( frio, fome) e a sociedade era matriarcal.


No Neolítico, ocorreu uma profunda revolução na maneira de se relacionar com a natureza. O homem passou a interferir no meio ambiente, começou então a cultivar plantas e criar animais. Entre as principais transformações históricas que marcaram o período neolítico destacamos:
• Os instrumentos de pedra são polidos.
• Desenvolve-se a técnica de aquecer argila no fogo.
• O homem passou a fiar,tecer as primeiras vestimentas de linho, algodão ou lã.
• A sociedade passou a ser patriarcal.

Na Idade dos Metais, com a descoberta do cobre por volta do ano 10 mil aC. o homem começou a confecção de objetos e por volta do ano 4 mil aC. descobriu que fundindo o cobre com estanho, obtinha-se o bronze, uma liga metálica muito dura e resistente, que veio permitir a fabricação de ferramentas e armas.

Foi durante a Idade dos Metais que surgem as propriedades privadas, a família, o estado e a desigualdade social.



AS DIVIÇÕES DA HISTORIA :


• Idade Antiga : inicia com a escrita + ou – no ano 3500 anos a C. e vai até o ano 476, quando os bárbaros invadiram o IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE ( queda de Roma). Neste período surgiram as primeiras civilizações: EGITO, MESOPOTÂMIA,GRECIA e ROMA .


• Idade Média: inicia no ano 476, com a queda do Império Romano do Ocidente é termina em 1453, quando os turcos otomanos invadem a cidade de Constantinopla. Tem como característica o feudalismo.


• Idade Moderna: Começa em 1453 com a tomada de Constantinopla, estendendo-se até 1789 com a REVOLUÇÃO FRANCESA. Neste período ocorrem as grandes navegações.

• Idade Contemporânea : iniciou em 1789 com a REVOLUÇÃO FRANCESA indo até hoje. Neste período ocorreram as grandes guerras, revolução industrial e a burguesia tomou o poder.



Como contar o tempo ?


Para contar com mais facilidade períodos maiores de tempo, os anos podem ser agrupados da seguinte forma:


• DECADA = 10 anos.
• SÉCULOS = 100 anos.
• MILÊNIO = 1000 anos.




A contagem dos Séculos é a mais usada e eles são escritos em algarismo romano.

Numero Arábico Algarismo Romano
01 I
02 II
03 III
04 IV
05 V
06 VI
07 VII
08 VIII
09 IX
10 X



Como surgiu o homem ?

Existem varias explicações quanto ao surgimento do Homem. As duas mais conhecidas são a Criacionista e a Evolucionista.

Criacionista: Baseia-se na explicação da Bíblia, o homem criado por Deus.

Evolucionista: Segundo os cientistas, o homem é resultado de sua luta pela sobrevivência. Só sobreviveram as espécies que se adaptaram ao meio ambiente.

• Australopthecus,

• Homo Habillis,

• Homo Erectus,

• Homo Sapiens,

• Homem de Neanderthal,

• Homo Sapiens Sapiens.


quarta-feira, 12 de maio de 2010









Afro-brasileiros notáveis: Ernesto Carneiro RibeiroRonaldinhoMachado de AssisPeléDaiane dos SantosLima BarretoCruz e SouzaNilo PeçanhaJoaquim Benedito Barbosa GomesBenedita da SilvaSeu JorgeFrancisco Félix de Souza
População total
"Negros": c. 12,908 milhões (6.9% pop. Brasil)
Regiões com população significativa
Brasil, principalmente nas regiões sudeste e nordeste
Línguas
Português
Religiões
Predominantemente Cristianismo(maioria Igreja Católica) e Religiões afro-americanas
Grupos étnicos relacionados
Afro-americanos, Afro-argentinos, Afro-chilenos, Afro-cubanos, Afro-equatorianos, Afro-latino-americanos, Afro-mexicanos, Afro-peruanos, Afro-trinidadianos, Afro-caribenhos, Afro-jamaicanos, Afro-costariquenhos, Afro-uruguaios
Afrodescendente, o neonegro
Antonio Risério
Não existem mais pretos no Brasil. Agora, são todos "afrodescendentes". Aliás, houve um momento em que a palavra "preto", sabe-se lá por quê, foi considerada pejorativa. Ninguém era, ou melhor, ninguém queria ser "preto". Todo mundo era ou queria ser "negro". Curiosamente, o que acontecia nos Estados Unidos era justamente o contrário. A expressão "negro" é que era denunciada, atacada como racista. Nos EUA, ninguém queria ser "negro". Eram todos "pretos". Black. Não havia um "poder negro", mas um "poder preto", black power. E o marketing da auto-estima negra fazia circular, com sucesso extraordinário, o slogan "black is beautiful" - 'preto é bonito'.
Em termos lógicos, a frase deveria ser considerada racista, do ponto de vista de nossos movimentos negros, durante as décadas de 70 e 80 do século passado... Mas isso ficou para trás. Nossos ideólogos racialistas simplesmente arquivaram os vocábulos "preto" e "negro". O que passou a existir, de uns tempos para cá, foi uma nova categoria. Uma espécie de neonegro - o afrodescendente. Mas o que é mesmo que isso significa? Vamos por partes, como diria Jack, o estripador.
O sintagma "afrodescendente" é uma das fórmulas verbais mais repetidas (e mais lustrosas) do atual léxico ativista que grupos negromestiços brasileiros importaram dos EUA nesses últimos anos. Fórmula, sim. E adotada pelo poder, por nossos governantes, por tudo quanto é político que, pouco importa se de "direita" ou de "esquerda", anda sempre à cata de votos, de aprovação, de ser considerado "progressista" (outra fórmula que faz muito pouco sentido, remetendo, na verdade, às perspectivas e esperanças da Revolução Industrial, que colocou o "progresso" como objetivo supremo da humanidade), de obter alguma espécie de aval ou beneplácito social. Mas, se a fórmula "afrodescendente" pode ser perfeita com relação à situação norte-americana, seu foco, certamente, não incide sobre nós.
Porque tal fórmula ou conceito, tal "ideologema" (como diriam os estruturalistas), apenas sublinha e recorta, cirurgicamente, uma realidade preexistente: o fracionamento étnico de uma nação. Coisa que, se sempre foi facilmente verificável nos Estados Unidos, nunca chegou a se desenhar com clareza no Brasil, com a nossa profusão - socialmente reconhecida, o que é fundamental - de seres mesclados ou híbridos.
Houve uma tentativa anterior de operar nesta direção cirúrgica. Uma investida político-ideológica que apostou no fracionamento racial ou étnico do povo brasileiro. Foi na década de 1930, quando o pensamento nazista pintou por aqui. Ali, pela primeira vez em nossa história moderna, topamos com um empreendimento assemelhado ao atual esforço de aplicação da categoria "afrodescendente". Em "A Identidade do Brasil Meridional" (texto incluído na coletânea "A Crise do Estado-Nação", organizada por Adauto Novaes), o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, citando um certo Mário Martins, sintetiza:
"Os primeiros intelectuais que elaboraram a diferenciação dos brasileiros por categoria étnica ou religiosa foram os nazistas. O movimento nazista não empolgou a grande maioria dos brasileiros descendentes de alemães, mas também está longe de ter sido uma minoria completamente irrelevante. De acordo com o discurso nazista, não haveria povo brasileiro. 'Não havia, nunca existiram brasileiros, salvo os indígenas. Havia os luso-brasileiros, os sírio-brasileiros, os franco-brasileiros, os afro-brasileiros e etc.' Em 1937, reuniu-se o Terceiro Congresso do Círculo Teuto-Brasileiro... Suas posições intelectuais apontavam para a formação de uma consciência étnica que se manifestasse em uma comunidade distinta e separada enquanto teuto-brasileira... 'Como no Brasil a etnia lusitana é a portadora da cultura oficial, da língua oficial e do poder político, entende-se hoje no Brasil por nacionalidade o reconhecimento da chefia política dos lusos... Nós não reconhecemos a etnia lusitana como representante exclusiva do nacionalismo brasileiro... Com isso nós nos tornamos uma minoria étnica e criamos uma situação semelhante à dos alemães dos sudetos'. O teuto-brasileirismo era interpretado como 'o gérmen do retalhamento do Brasil, com o nazismo no momento, ou com outro nome qualquer futuramente'".
Meus amigos dos movimentos negros (no plural, sempre) que me desculpem: o parentesco é desconfortável, mas é real. Começa com o nazismo esse tipo de leitura que aponta para a divisão étnica ou racial do país. E o parentesco, além de desconfortável, nada tem de superficial ou distante. Pelo contrário: é íntimo e profundo.
Mas vamos adiante. Modismo terminológico à parte, o que o conceito de "afrodescendente" tem a ver com a condição, a circunstância e o momento do negromestiço brasileiro hoje?
É mais do que evidente que milhões de brasileiros possuem ascendência africana, embora raríssimos tenham alguma idéia da parte e do povo da África aos quais suas origens poderiam ser eventualmente retraçadas. Mas o conceito de "afrodescendente" não se refere a esta realidade óbvia e geral. Ao contrário, comprime e estreita o horizonte, afunilando-o numa direção precisa. Quando um indivíduo nascido no Brasil se define como "afrodescendente", ele, desde que saiba do que está falando (o que nem sempre acontece, mesmo no meio universitário e independentemente de cor, classe, credo e preferências sexuais), nos diz o seguinte: que se vê, se sente e se percebe, em primeiro lugar, como um descendente de africanos. E só então, secundariamente, como brasileiro.
Ao Brasil caberia, nesse quadro, um lugar identitário subordinado. Teríamos, assim, o ser brasileiro como complemento ou apêndice do ser africano - e de um ser africano mítico, não é preciso dizer. Bem, é possível que o tal indivíduo acredite piamente no que diz. Afinal, é a ideologia, não a fé, que move montanhas. Mas é evidente que estamos diante de uma fantasia. Ou será que Geraldo Pereira, Pelé, Marisa Montini, Emanoel Araújo, Martinho da Vila, Romário, Camila Pitanga, Lázaro Ramos e Tati Quebra-Barraco se achavam ou se acham principalmente africanos - e só secundariamente brasileiros?

afrodescendente

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