quinta-feira, 17 de junho de 2010

ASSIM COMEÇAM AS GRANDES NAVEGAÇÕES

O pioneirismo português:
Portugal foi o primeiro país europeu a realizar viagens marítimas pelo Oceano
Atlântico no século XV.

A centralização política: com a centralização administrativa de Portugal, realizada durante a dinastia de Avis a monarquia passou a governar de acordo
com os interesses da burguesia, ou seja, o rei passou a governar sozinho, dando apoio aos projetos da burguesia.

Absolutismo e Mercantilismo: o rei desejava aumentar seus poderes e a burguesia desejava aumentar seus, lucros. A expansão comercial-marítima foi a maneira encontrada para a realização desses dois desejos, ou seja, todo poder político nas mãos do rei e o lucro nas mãos da burguesia.
Ausência de guerras: enquanto outros países europeus encontravam-se envolvidos em conflitos militares, Portugal concentrava suas atenções na realização de suas viagens. Esses conflitos atrasaram a entrada de outros países na corrida das grandes navegações.

A Espanha, por exemplo, ainda lutava pela expulsão dos árabes. A França e a Inglaterra lutavam entre si num longo conflito, conhecido como a Guerra dos Cem Anos.

Posição geográfica: Portugal possui uma posição geográfica privilegiada, tendo sua costa oeste inteiramente banhada pelo Oceano Atlântico, portanto, caminho livre para se locomover sem cruzar fronteiras com outros países.

GRANDES NAVEGAÇÕES: UM COMÉRCIO LUCRATIVO

Um dos estímulos para a expansão marítimo-comercial foi o desejo de mercadores e de reis de vários países europeus de participarem do lucrativo comércio oriental das:

• Especiarias - pimenta, cravo, canela, etc, que serviam para a conservação de alimentos.
• Artigos de Luxo - marfim, porcelanas, seda, perfumes, tapetes.


Desde o século XI, quando as cruzadas reabriram o Mediterrâneo, reanimando
as relações entre o Ocidente e o Oriente, o comércio de produtos orientais era totalmente controlado pelas cidades do norte da Itália, especialmente Gênova e Veneza. Os mercadores dessas cidades buscavam esses produtos nos portos do Mediterrâneo, principalmente em Constantinopla (atual Istambul), Trípoli e Alexandria, revendo-os com grande lucro na Europa.

Em 1453, os turcos otomanos invadiram Constantinopla e passaram a cobrar pesadas taxas sobre os produtos orientais comercializados através daquele
porto.
Por causa disso, as especiarias revendidas pelos italianos na Europa ficaram ainda mais caras, levando os países europeus a evitarem o Mediterrâneo. A solução para este problema foi buscar um caminho marítimo que levasse ao Oriente (índias) através do Atlântico.

Outra boa razão para as expedições marítimas era a necessidade de obter
ouro e prata. Naquela época, as jazidas de metais preciosos da Europa estava se esgotando e não produziam mais o suficiente para a fabricação de moedas.

A falta destas dificultava o crescimento do comércio, impedindo que a burguesia européia aumentasse seus lucros e que os reis ampliassem seus rendimentos por meio dos impostos.

Embora fosse um empreendimento caro e arriscado, a expansão marítima comercial interessava tanto à burguesia quanto aos reis da Europa. Por isso, ele se aliaram para realizá-la.

A burguesia fornecia o capital e o rei oferecia proteção ajuda aos negócios. Essa aliança entre o poder central (rei) e a burguesia mercantil foi o fator decisivo para a expansão européia.

O progresso técnico e científico também colaborou para que os europeus aventurassem a navegar em mar aberto.

São exemplos desse progresso o aperfeiçoamento do uso da bússola e do astrolábio, o uso bélico da pólvora, a invenção da caravela e o desenvolvimento da cartografia.

CONQUISTA DOS OCEANOS

Até a Idade Moderna, os europeus pouco sabiam sob a forma da Terra e a
imensidão dos mares. Alguns acreditavam que ela fosse quadrada, outros que fosse plana. Neste caso, se as caravelas se afastassem, chegaria um momento em que poderiam cair no abismo.
Essa falta de conhecimento geográfico impediu o homem europeu de conhecer
e conquistar a imensidão do planeta Terra.

Até o início do século XV, o mundo conhecido pelos europeus limitava-se ao seu próprio continente a Europa, parte da Ásia e o norte da África.

Na Idade Moderna, acreditava-se que os oceanos eram povoados por monstros gigantes, águas que ferviam e outros perigos imaginários, o que dificultou muito a realização das viagens.

Além disso, conseguir marinheiros para as viagens mais arriscadas e longas era muito difícil. Por isso, o rei costumava recrutar pessoas à torça ou dar perdão aos condenados para conseguir tripulação.

O desenvolvimento dos instrumentos de navegação contribuiu para encorajar os navegadores. Os portugueses aperfeiçoaram uma embarcação que permitia navegar pelos oceanos com mais velocidade e segurança: a caravela.

Além disso, outros dois inventos permitiram que os navegadores se afastassem cada vez mais da costa: a bússola e o astrolábio.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

DECADÊNCIA DO FEUDALISMO

A decadência do feudalismo se deu por dois motivos:
A crise agrícola e a revolta dos camponeses.

A crise agrícola
No início do século XIV, a agricultura feudal já não era suficiente para alimentar
toda a população.

Os principais motivos desta crise foram:
• As terras cultiváveis estavam esgotadas .
• A produção rural estava desorganizada devido às constantes fugas de servos, que inconformados com as condições de vida nos feudos buscavam refúgios nas cidades.
Um rigoroso e prolongado inverno que ocorreu na Europa no século XIV
arrasando as colheitas e matando os animais. Por causa disso, milhares de
europeus começaram a morrer de fome e outros passaram a viver em estado
de subnutrição. Afetada pela fome a população européia adoecia facilmente.

Entre 1347 e 1350, a Europa foi duramente atingida pela peste negra, epidemia
contra a qual não se conhecia nenhum remédio.

• Peste negra : Levada para a Sicília (Itália) por navios vindos do Oriente, a peste atacou primeiramente as cidades, locais onde as condições de higiene eram péssimas.
Os detritos das casas eram lançados às ruas e não havia serviço de coleta de
lixo, encanamento ou esgoto.
Das cidades, a moléstia disseminou-se rapidamente por todo o interior do
continente europeu.
A peste é provocada por um bacilo chamado "Pasteurella pests", que ataca
ratos. As pulgas entram em contato com ratos contaminados e ao picarem o
homem lhe transmitem a moléstia. Através do hálito, um individuo passa a doença ao outro.
Em menos de três anos a peste negra matou mais de 30% da população
européia, cerca de 25 milhões de pessoas.

• A Guerra dos Cem anos (1337 - 1453), entre França e Inglaterra. Esta guerra também provocou um grande número de mortes e prejudicou ainda mais a agricultura.

Para manter seus rendimentos e enfrentar esta crise, muitos senhores feudais
passaram a exigir dos servos mais impostos. Estes reagiram ao aumento da
exploração promovendo violentas revoltas.

• As revoltas camponesas: Aconteceram duas grandes rebeliões camponesas neste período. Uma na Inglaterra e outra na França.

Na França, cerca de cem mil camponeses que, dispostos a se libertarem da
servidão, incendiaram inúmeros castelos e mataram muitos nobres. A nobreza
contra-atacou massacrando milhares de camponeses acabando com a revolta.
Já, na Inglaterra, os camponeses conseguiram ocupar Londres. Reunidos com o rei Ricardo XI, exigiram o fim das obrigações servis e dos inúmeros impostos que tinham que pagar.
Na presença dos rebeldes, o rei concordou com as exigências feitas. Logo em seguida, porém, uniu-se aos nobres reprimindo a rebelião e arrasando aldeias inteiras.

O fim do feudalismo: Em conseqüência destas revoltas, os senhores feudais foram, aos poucos, afrouxando a servidão. Alguns senhores transformaram os seus servos em rendeiros, isto é, trabalhadores que exploravam a terra pagando uma espécie em aluguel.

Outros libertaram os servos em troca de uma soma em dinheiro. Outros trataram de expulsa-los de seus domínios e contrataram trabalhadores assalariados.
Aos poucos o trabalho servil foi sendo substituído pelo trabalho livre. Com isso, o feudalismo foi desaparecendo lentamente e deixando espaço a outro modo de organização da sociedade: o capitalismo.

AS CRUZADAS

As cruzadas: fé ou riqueza?

Todos os anos, milhares de cristãos faziam peregrinações à Jerusalém na
antiga Palestina, cidade por eles considerada sagrada, por ali ter vivido e morrido Jesus Cristo. As pessoas de mais posses tomavam embarcações nos portos das cidades italianas, e as mais pobres faziam o longo caminho a pé enfrentando todo o tipo de perigo.

No ano de 1071, a Palestina foi conquistada pelos turcos de religião muçulmana, que proibiram as peregrinações ao Santo Sepulcro, passando
inclusive a maltratar os peregrinos.

Ao saber disso, o Papa Urbano 11 convocou a cristandade para que se
unissem e combatessem os infiéis, ou seja, convertessem os muçulmanos ao
Cristianismo, a fim de reconquistarem a Terra Santa.

Os muçulmanos acreditavam na religião islâmica onde misturavam
princípios do Cristianismo e do Judaísmo. Eram monoteístas, o seu Deus
era Alá (criador de todas as coisas) tendo Maomé como seu profeta.

Era o começo de uma série de expedições conhecidas como cruzadas pois seus componentes traziam uma cruz em suas roupas e bandeiras.
Ao todo, foram realizadas oito cruzadas que aconteceram de 1095 à
1270 das quais os cristãos jamais conseguiram dominar os muçulmanos.
Além da religião, as cruzadas tiveram outras importantes razões:
A busca de riquezas do Oriente cobiçadas por nobres e pessoas pobres e
insatisfeitas com o sistema feudal;
Domínio do comércio de artigos de luxo e de especiarias orientais no Mar
Mediterrâneo.

FASE CRUEL DA IGREJA

A face cruel da Igreja

Entre os principais abusos cometidos pela Igreja Católica na época medieval,
destacam-se:
• Venda de indulgências - perdão de pecados mediante pagamentos .
• Simonia - venda de objetos sagrados .
• Venda de cargos da Igreja - (bispos e arcebispos ...)

Além disso, em 1231, o Papa Gregório IX criou os Tribunais de Inquisição,
cuja missão era descobrir, julgar e condenar os hereges.

Você sabe o que significa heresia?
Heresias eram idéias contrárias às impostas pela Igreja Católica.
Se você discordasse de qualquer atitude ou idéia da Igreja (por exemplo: a
prática de outra religião) seria considerado como herege, portanto, julgado pelo
Tribunal da Santa Inquisição.

Você sabe de que maneira o Tribunal agia? Quase sempre o condenado
era lançado vivo na fogueira.

O processo do Tribunal da Inquisição compreendia várias fases:

Tempo de graça - Era o tempo que o acusado tinha para apresentar-se
livremente ao juiz. Caso não comparecesse seria perseguido e as penalidades
tornavam-se rigorosas. O acusado que se apresentasse durante este período e
confessasse seu erro poderia receber penas mais leves .
Interrogatório - Perante o Tribunal, os acusados eram interrogados pelos juízes.
Os inquisidores faziam de tudo para que os réus confessassem. Os réus que se recusavam a confessar eram submetidos à violência e tortura .
Sentença - Arrancada a confissão do réu, os inquisidores davam a sentença
em sessão pública. As sentenças variavam a cada caso, podendo ser a
confiscação de bens, prisão ou pena de morte. Os condenados à morte podiam
ser queimados vivos numa fogueira ou ser estrangulados antes de terem seus
corpos lançados à fogueira.

O PODER DA IGREJA

O poder da igreja católica aumenta

Organizando cada vez mais suas estruturas internas, a Igreja foi crescendo
em poder e importância. Seus membros se multiplicaram em diversas regiões da Europa. Através deles, o Cristianismo foi sendo espalhado entre os povos bárbaros.
Assim, forma-se, por toda a Europa, uma nova sociedade diretamente influenciada pelo Cristianismo.
O Cristianismo surgiu a cerca de 2000 anos, baseando-se nos ideais de Jesus Cristo. Depois da morte de Cristo, o Cristianismo foi divulgado por seus seguidores em várias regiões.

A Igreja serviu como unificadora da sociedade, visto que, a divisão política foi
uma das características do feudalismo. Além da autoridade espiritual, a Igreja tinha grande poder sobre a sociedade, pois havia enriquecido com muitas doações de terras feitas pelos fiéis, em troca de possível recompensa no céu.
A Igreja foi a instituição mais poderosa da sociedade medieval no Ocidente.
As grandiosas catedrais que foram construídas na Europa neste período
demonstravam o seu grande poder.

Na Idade Média a riqueza de uma pessoa era medida pela quantidade de terras que possuía já que esta, era a única fonte de renda, pois não existiam fábricas, minas, bancos ou outros bens.

A Igreja chegou a ser dona de dois terços de terras cultiváveis da Europa. Era a grande "Senhora Feudal" e seus mosteiros eram enormes feudos com muitos servos a seu serviço.
Os bispos possuíam muitas terras; ser bispo era um bom negócio.

A IGREJA

A Igreja Católica

No final do século IV, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano. Após a queda desse império, seu poder aumentou com a conversão dos povos bárbaros. Durante o Feudalismo, a Igreja foi a única instituição organizada e que manteve unida toda a civilização européia.

A palavra igreja é de origem grega e significa "assembléia". Igreja está associada, portanto, à comunidade de fiéis, no caso, de cristãos. É por isso que essa mesma palavra pode designar o templo, o edifício em que os fiéis se encontram para celebrar a fé e a organização sob a qual a fé é mantida.

Pode-se dizer que a origem da Igreja remonta o século I, quando os primeiros
cristãos, na época perseguidos pelas autoridades, procuravam se organizar
melhor para manterem-se fiéis a sua crença.

No século XI,as comunidades cristãs já possuíam líderes, chamados bispos.
A palavra bispo significa "pastor". Era como se os fiéis fossem "ovelhas" do
rebanho cristão. A tradição atribui a São Pedro o papel de primeiro líder de Igreja em Roma. Os bispos de Roma, considerados sucessores de São Pedro,
colocaram-se como "pais" das outras comunidades religiosas, por isso passaram a ser chamados papas.

POLÍTICA

Política: cada feudo com suas próprias leis
Como existiam vários feudos e conseqüentemente vários senhores feudais,
o poder político estava descentralizado, ou seja, cada feudo era administrado de acordo com o interesse do seu senhor. Portanto, os feudos eram independentes entre si, possuíam suas próprias leis e moedas.
Neste período a autoridade do rei estava bastante enfraquecida.

Economia: comércio fraco e a base de escambo.
O feudalismo era um sistema tipicamente agrário, vindo da terra toda a
produção destinada ao consumo. Quase não havia sobras para serem negociadas.
O comércio era bastante fraco neste período. Quando havia excedente realizava-se escambo (troca de mercadoria por mercadoria sem o uso da moeda).

Os servos, além dos impostos habituais, pagavam outros tipos
de taxas:

• Taxas de justiça - Pagavam para serem julgados no tribunal do senhor .
• Taxas de casamento - Pagavam para casar-se fora de seu feudo .
• Mão morta - Após a morte do servo, a família era obrigada a pagar essa taxa para o senhor.

SERVOS

Servos - Eram os únicos que trabalhavam. Além de trabalharem a terra e
sustentarem as classes privilegiadas (nobres e alto clero) tinham que pagar
tributos e obrigações. Cuidar da terra e da agricultura eram suas principais
obrigações. Além disso, deveriam pagar vários tipos de impostos ao seu senhor.
Os principais impostos eram:

Talha: Entregavam ao senhor mais da metade da produção das terras em
que trabalhavam.
Corvéia: Trabalho gratuito e obrigatório nas terras do senhor, de 2 a 3 dias
por semana.
Banalidades: Pagamento pelo uso de instrumentos de trabalho pertencentes
ao senhor e das dependências comuns do feudo (moinho, forno, celeiro e
pontes)

Além destes impostos, o pagamento do dizimo, para a Igreja Católica
era obrigatório.

Em número de importância bem menor encontravam-se ainda, na sociedade
feudal, os vilões, que embora tendo que pagar tributos dispunham de mais liberdade que os servos.

CLERO

Clero - Era formado pelos membros da Igreja Católica e estava dividido em:
alto e baixo clero. O alto clero era constituído pelo papa, bispos, abades e
cardeais. Sua função era administrar suas propriedades rurais sendo que o
mesmo possuía grande influência na política e na formação das mentalidades e
opiniões. Só os filhos de nobres participavam do alto clero. O baixo clero era
formado pelos padres em geral. Viviam na pobreza e dedicavam-se a oração,
ao ensino da doutrina cristã e a administração dos sacramentos .

SUSERANIA OU VASSALAGEM

Entre a nobreza havia uma relação de dependência chamada de
relações de suserania e vassalagem.

O nobre que necessitava de proteção submetia-se a outro mais
poderoso reconhecendo como seu senhor, tornando-se vassalo.

Laços de lealdade ligavam a nobreza. Havia uma relação de dependência
chamada de relações de suseranos e vassalos. Essa dependência era
estabelecida com a doação de feudos (terras) ou por exemplo, o direito de
cobrar pedágios nas estradas.

A SOCIEDADE E A POLÍTICA

A sociedade, a política e a economia do sistema feudal.

Sociedade Feudal: guerra, oração e trabalho
A sociedade atual está dividida em classes sociais. No feudalismo, estava
dividida em estamentos. Numa sociedade estamental não há mudança de estamento, os seja, nasceu servo, morre servo.

Os principais estamentos da sociedade feudal eram: nobreza, clero e servos.

Nobreza - Era formada pelos proprietários de terras (senhores feudais).
Dedicavam-se basicamente às atividades militares. Em tempos de paz, as
atividades favoritas da nobreza eram a caça e os violentos torneios esportivos que serviam de treino para a guerra .

Cavalaria - Era formada por pessoas que pertenciam a nobreza.Seus elementos eram filhos do senhor feudal que não tinham herdado terras ou títulos de nobreza.

Estes, podiam escolher entre a vida religiosa a cavalaria. Para se tornarem membros da cavalaria, era necessário passar por um aprendizado. Aos sete anos tornava-se pajem, onde aprendia boas maneiras, jogos, canto, dança e instrumentos musicais. Aos quatorze anos tornava-se escudeiro de um cavaleiro. Nesta fase, aprendia a manejar armas, técnicas de combate e lutava nos torneios onde mostrava suas habilidades. Ao final do aprendizado era ordenado cavaleiro em uma cerimônia onde jurava fidelidade ao seu senhor. A cavalaria era um exército que defendia os interesses da nobreza e da Igreja, portanto defendiam os privilegiados. Na falta de ocupação procuravam aventuras e realizavam assaltos nas estradas para aumentarem suas riquezas.

ORGANIZAÇÃO DO FEUDO

Organização do feudo.

Você sabe o que era um feudo?
Feudo era uma grande extensão de terras, cujo proprietário era o senhor feudal. Hoje, essas grandes extensões de terras são comparadas aos latifúndios cujos proprietários são chamados de latifundiários.

Vamos conhecer o feudo e as pessoas que nele viviam?
O feudo possuía uma economia auto-suficiente, ou seja, produzia
praticamente tudo o que era necessário para o consumo de seus habitantes.
A produção era controlada pelo senhor feudal (membro da nobreza ou do
alto clero) e trabalhada pelos servos.

O feudo dividia-se em três partes:
• Feudo senhorial - onde ficava o castelo com terras de uso exclusivo do senhor. O castelo era geralmente de pedra, construído numa elevação do terreno e cercado por uma muralha e um fosso.
• Feudo comunal – composto por bosques e pastos usados tanto pelo senhor quanto pelo servo .
• Feudo servil - composto por vários lotes, chamados tendências,
arrendados pelos servos.

Obrigados a pagar diversos tributos aos seus senhores, em produtos ou em
serviços, os servos não estavam estimulados a produzir mais, pois quanto mais
produzissem, mais acabavam pagando. Desta forma, não tinham incentivos para aperfeiçoar as técnicas agrícolas e desenvolver a produção rural.
Para evitar, contudo, o rápido esgotamento da terra, fonte de sobrevivência
dos feudos, adotou-se o sistema de rotação das culturas.

CAUSAS DO FEUDALISMO

As causas que levaram a formação do feudalismo.

Feudalismo: o sistema que vigorou durante a Idade Média

Suseranos, vassalos, corvéia, talha, banalidades ... estas palavras pouco
conhecidas e pouco usadas no vocabulário de hoje faziam parte do feudalismo, um modo de organização da sociedade que predominou na Europa durante boa parte da Idade Média.
Neste período, o poder estava nas mãos dos senhores feudais que dirigiam
as grandes propriedades de terras. Esses senhores, é claro, não trabalhavam,
dedicavam-se às guerras e aos esportes violentos. A dureza do trabalho ficava
mesmo para os servos, que tinham que suar muito para produzir alimentos e cuidar de várias outras tarefas.
A sociedade feudal era extremamente rígida. Não tinha esta história de jovem
servo se engraçar com filha do senhor feudal, casarem-se e depois serem felizes para sempre. No feudalismo quem nascia servo morria servo, quem nascia nobre permanecia para sempre nobre. Mas a nobreza não era essa gente elegante, refinada e gentil que muitos pensam. Nas refeições, por exemplo, cortava-se a carne com um punhal e comia-se com as mãos. Os restos eram jogados no chão e disputados a dentadas pelos cães. E as mulheres? Estas eram tratadas na base da pancada.

DECLÍNIO DA ESCRAVIDÃO

4 - O declínio da escravidão: o servo substitui o escravo

Como eram os escravos que produziam as mercadorias para o comércio,
não existia mais razão para haver escravos.

Os fazendeiros foram libertando os escravos. No entanto, eles não iam embora das fazendas. Recebiam a posse de um pedaço de terra, tornavam-se colonos e, depois, servos.

Entre os povos bárbaros, estava acontecendo algo bem parecido.
Nas regiões conquistadas, os chefes bárbaros distribuíam terras aos seus guerreiros.
Eles também se tornavam proprietários e transformavam os camponeses em servos.
Assim, foi surgindo um novo tipo de trabalhador: o servo.

A servidão substituiu a escravidão. Mas qual é a diferença?

O servo não trabalhava sob pena de castigos físicos. E não era propriedade
de ninguém. Tinha o direito de usar a terra, mas estava obrigado a dar uma parte do que produzia a quem lhe tinha cedido a terra.

DECLÍNIO DO COMÉRCIO

3 - O declínio do comércio: a moeda perde a sua importância

Depois da invasão dos povos bárbaros, as atividades comerciais entraram
em declínio. Em primeiro lugar, porque esses povos não produziam excedentes
para a troca. Em segundo, porque, com a diminuição da vida urbana, as fazendas já não tinham para quem vender os produtos agrícolas.
Além do mais, as viagens se tornaram muito inseguras.

Os bárbaros saqueavam quem se arriscasse a transportar qualquer mercadoria. Com isso o comércio foi diminuindo cada vez mais, chegando mesmo a desaparecer em muitas regiões.

Com a diminuição do comércio, a moeda perdeu a sua utilidade.
O desaparecimento do comércio não afetou apenas a economia.

O contato entre as localidades diminuiu. Sem esse contato, a circulação de idéias e de conhecimentos também declinou. Cada uma dessas propriedades rurais tornou-se independente das demais.

O DESAPARECIMENTO DA VIDA URBANA

2 - O desaparecimento da vida urbana: a volta aos campos

Quando os bárbaros invadiram o Império Romano, eles atacaram as cidades.
Para salvar a vida, a população fugiu para o campo.
Os povos bárbaros não estavam acostumados a vida urbana. Depois de
saquearem e destruírem as cidades, eles voltavam para os campos onde se
estabeleciam. Com isso, a vida urbana, praticamente desapareceu.

1- INVASÕES BÁRBARAS.

1- Invasões bárbaras.

Você sabe quem eram considerados bárbaros?

Para os romanos, bárbaros eram os povos vizinhos de seu império, que não
foram escravizados por eles e que não falavam latim. Os romanos diziam ter vários motivos para não gostarem dos bárbaros. Um deles era o fato de os bárbaros terem o costume de untar o cabelo com manteiga rançosa, não tomar banho e cheirar a alho e cebola. Outro costume bárbaro, reprovado pelos romanos, era suas roupas feitas de pele de animal. A elite romana considerava que essas roupas rústicas eram um sinal de pura selvageria.

Dentre os principais povos bárbaros, que invadiram a Europa, destacam-se
os: Anglos, Saxões, Germanos, Francos, Hérulos, Hunos e outros.

Esses povos foram aos poucos invadindo o Império Romano (Europa
Ocidental), ocupando determinadas regiões e nelas organizando reinos
independentes entre si. As rivalidades faziam com que as lutas entre esses reinos fossem constantes. A Europa vivia sobre um intenso clima de insegurança. No início do século VI a Europa apresentava-se como uma colcha de retalhos, dividida em muitos reinos.

SOCIEDADE FEUDAL

Para entender como surgiu a sociedade feudal, devemos considerar quatro
aspectos importantes:

• 1 - As invasões bárbaras.
• 2 - Desaparecimento da vida urbana.
• 3 - Declínio do comércio.
• 4 - Declínio da escravidão.

ALTA e BAIXA IDADE MÉDIA

O período medieval europeu costuma ser dividido em duas grandes etapas:
." Alta Idade Média (século V ao XI) - Fase final do Império Romano e da formação do sistema feudal.
." Baixa Idade Média (século XI ao XV) - Fase de decadência do sistema feudal e formação do sistema capitalista.

É sempre bom lembrar que esta divisão aplica-se basicamente à História da Europa.
Não podemos falar, por exemplo, de Idade Média no Brasil.

IDADE DAS TREVAS ?

Por muito tempo acreditou-se que a Idade Média foi um período em que não
houve produção cultural. Por isso ficou conhecida como "Idade das Trevas".
Hoje sabemos que esta afirmação está errada, pois houve um grande
desenvolvimento em muitas áreas do saber e das artes no período medieval. Na verdade, a Idade Média teve uma produção cultural riquíssima, marcada pelas características próprias da época. A principal dessas características foi sem dúvida, a preocupação com o aspecto religioso da vida, conseqüência da poderosa influência exercida pela Igreja Católica onde Deus era considerado o centro do universo (Teocentrismo).

O setor educacional era controlado pelo clero e as aulas dadas em latim.
Nas universidades estudava-se teologia, ciência, letr.as, direito e medicina . Houve também um aperfeiçoamento na arte de navegar, com a utilização da
bússola, dos mapas, do astrolábio e de outros instrumentos.
Na ciência e filosofia foram traduzidos vários textos de origem árabe e grega
que contribuíram para o progresso da matemática, astronomia, biologia e medicina.
A poesia medieval procurou enaltecer os valores e as virtudes dos cavaleiros:
justiça, amor, prudência e cortesia. Entre os grandes nomes da literatura medieval destaca-se o poeta italiano Dante Alighieri, autor da Divina Comédia.

À IDADE MÉDIA

A Idade Média é um período que se inicia com a invasão dos bárbaros no
Império Romano do Ocidente (Queda de Roma em 476 d.C.), e se estende até a invasão dos turcos otomanos em Constantinopla, em 1453.

O início da Idade Média foi um período de grande insegurança. Invasões
bárbaras, guerras, doenças e fome. O homem medieval quase não tinha controle sobre tais perigos. Vivia pouco e sua expectativa de vida era em média de 30 anos. Eram dominados por seus temores, como medo da morte, da peste, dos mortos e, até, da noite. Por isso, agarravam-se à religião.